quarta-feira, 25 de agosto de 2010

2ª OFICINA BIODIVERSIDADE

Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu
Oficinas Culturais Bairro-Escola - Julho e agosto de 2010
2ª OFICINA – Semana de 16 a 27 de agosto de 2010.
ATENÇÃO ESTAGIÁRIO:
• Todas as semanas, preferencialmente as sextas feiras visite o blog: (www.culturaisni.blogspot.com).
• A ausência do estagiário nos encontros de formação da cultura resulta em seu desligamento.
• Caso a escola em que você está lotado não tenha iniciado o horário integral e a direção ou coordenação tenha orientado para não comparecer a escola, comunique imediatamente esta situação a Secretaria de Cultura, para transferirmos você para outra escola que esteja precisando de estagiário.
• E-mail da Cultura: oficinasculturaisni@gmail.com
• O endereço da Secretaria de Cultura: Av. Governador Amaral Peixoto, nº 236, salas 311, Centro de Nova Iguaçu (em cima da loja TOULON).
• O tema a ser trabalhado, neste semestre por toda a Rede do Bairro-Escola é: A BIODIVERSIDADE.
Conceito de Biodiversidade - todos os seres vivos (animados e inanimados) do planeta - plantas, pedras, mares, rios, ar, clima, animais, inclusive os bichos homem e mulher formam a Biodiversidade. Para sobreviver, todos estes seres vivos dependem uns dos outros. A boa convivência entre os seres vivos influi na qualidade de vida de todos – dos bichos (pessoas e animais), da água, da terra e do ar. Quando os bichos humanos ocupam a terra sem respeitar o espaço dos outros seres vivos (animais, plantas, água, ar) contribuem para a destruição do planeta.

IMPORTANTE – Os produtos (teatro, desenho, cantiga, dança, fantasia, etc) resultantes das oficinas deverão ser articulados com os preparativos da escola para o desfile cívico do dia 07 de setembro. Os estagiários deverão combinar e acertar estas ações com a sua/seu CPP.

1º ENCONTRO – Aquecimento corporal / Contação de História / Estimulo a criatividade / Amizade

Atividade 1: Aquecimento Corporal - Sugerimos que faça o aquecimento corporal imitando os bichos presentes na floresta ou na cidade, como o macaco, o peixinho, o cachorro, o gato, o papagaio e outros. Você também poderá estimular as crianças a reproduzirem os sons dos animais escolhidos. A segunda sugestão é utilizar CD de meditação ou instrumental ou ainda escutar os “sons do ambiente”.

Atividade 2: Contação da História: Os Super amigos da Floresta
Na história passada, falamos de Florestina uma árvore-menina muito bonita, que ficava orgulhosa porque tinha muitas amigas-árvores. Mesmo tendo muitas amigas, a que ela mais gostava era Liquinilda, a gota de chuva, que morava ao seu lado e fazia um barulhinho de água corrente bem fresquinha. À noite, Florestina escutou um barulho ensurdecedor BRUMMMMMM e pessoas gritando:
- Cortar! Derrubar! Queimar! Destruir!(*) (Fale este jargão bem forte por três vezes batendo as mãos, os pés, o corpo, aumentando a voz). Florestina não viu, mas este barulho era do monstro muito feroz!
No dia seguinte, Florestina assustada, perguntou à sua melhor amiga:
- Liquinilda, o que aconteceu? Onde estão as nossas outras amigas e amigos?
- Não sei, Florestina! Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Eu estou evaporando, Florestina! Adeus! Gritou Liquinilda, sumindo.
- Socorro eu estou sozinha!! Florestina falou muito triste.
Florestina era amiga do Rei Sol, que da sua morada no céu, o Rei Sol podia ver tudo. Quando o dia amanheceu, a primeira coisa que o Sol viu foi às lágrimas de Florestina.
- Mas o que aconteceu? Perguntou o Sol. Florestina chorava sem parar. Ela explicou que sua amiga Liquinilda tinha sumido e que a floresta tinha sido derrubada. O Rei Sol ficou preocupado! Ele queria ajudar - pensou, pensou e teve uma idéia:
- Vou chamar o Dr. Planetildo! Ele é muito sábio e pode ter uma solução. Espere aqui Florestina que já volto. O Sol não demorou muito e voltou com o Dr. Planetildo, um senhor muito gorducho. Quando o Dr. Planetildo viu que as árvores foram destruídas, ficou muito nervoso.
- Com a destruição das florestas a vida na Terra vai se acabar! Disse ele indignado.
- Doutor, as raízes de minhas amigas árvores poderão brotar de novo?
- Florestina, algumas espécies de árvores talvez se recuperem... Outras não brotarão. Os homens costumam transformar a floresta em pasto. Se não pararem de destruir as árvores, os animais e os rios, nenhum ser vivo sobreviverá, inclusive o próprio bicho homem. Lembra que no passado existiram os dinossauros e dragões? Hoje eles não existem mais! Florestina escutou tudo chorando muito.

O Dr. Planetildo ficou com muita pena de Florestina e usou seus poderes mágicos para transformar as raízes da amiga em pernas para que fossem procurar outro lugar para morar. Florestina agradeceu, mas preferiu andar a procura do monstro que destruiu as árvores. Todos juntos, Florestina, Dr. Planetildo e o Rei Sol caminharam muito até encontrarem também outros amigos da floresta: o Saci-Pererê, a Iara e o Curupira. Todos estavam indignados com a destruição das árvores e estavam também a procura do monstro. Neste momento encontraram o monstro - uma grande serra elétrica muito feroz, suas serras feito garras, cortando as árvores e repetindo:
- Cortar! Derrubar! Queimar! Destruir! (*)!(*) (Fale este jargão bem forte por três vezes batendo as mãos, os pés, o corpo, aumentando a voz).
Neste momento o estagiário pára de contar a história e estimula as crianças a falarem sobre o tema (o que vocês acham da situação dos nossos amigos da floresta? Vocês acham que a natureza está sendo destruída em nosso bairro? Quem se lembra do que aconteceu nas enchentes que houve aqui em Nova Iguaçu e na Baixada?E o que aparece na televisão?) Faça uma pergunta de cada vez as crianças.

Depois desta conversa, convide as crianças para fazerem o final da história. Se a turma tiver um grande número de crianças, sugerimos que as organize em grupo e peça para que cada grupo crie um final para a história incluindo todos os personagens. Também deverão criar um jargão, semelhante ao do monstro para falar todas as vezes que os Super Amigos da floresta entrarem em ação. No final da atividade faça uma votação para decidir qual jargão mais bacana para toda a turma falar quando vocês fizerem alguma ação com os Super Amigos da floresta. As crianças podem finalizar a história, fazendo desenhos, colagens, escrita, pinturas, música e teatro.

(*) – sugerimos que você faça um chocalho com copo descartável, coloque grãos de arroz ou feijão, ou areia. Ou faça uma música ritmada batendo palmas e batendo no chão.

Sugestão 1: antes de contar a história, leve algumas idéias dos personagens desta história (fantoches, dedoches, desenhos coloridos, etc) e peça para as crianças confeccionarem “bonecos” dos personagens que serão utilizados no momento da contação da história.
Sugestão 2: Incentive as crianças a confeccionaram um livro com os desenhos da história ou ainda, com desenhos e legendas.

Atividade 3: Desenvolvendo a criatividade
Monte uma TV com caixa de papelão para contar a história, utilizando os personagens confeccionados anteriormente. Depois que você contar a história incentive as crianças a montarem sua própria televisão (utilize as caixas da merenda e dos livros que chegam à escola). Caso não consiga material reciclado suficiente, organize uma atividade para catar materiais junto com as crianças. O objetivo dessa atividade é que as crianças montem suas histórias, sua TV e se apresentem.

Atividade 4: Dinâmica da Corrente da Amizade ou “A Charada para os Super Amigos”
Destaque nos finais das histórias “criadas” pelas crianças as ações que demonstraram união e amizade, refletindo que foi a cooperação que possibilitou a solução dos problemas. Compare a amizade a uma corrente que não se quebra com facilidade quando seus elos estão unidos.

Realize a dinâmica da corrente da amizade que você poderá apresentá-la como uma armadilha que o monstro armou para os Super Amigos, e eles precisam resolver! Fazer uma roda com no mínimo cinco crianças. É legal que tenha ao menos dois grupos formados fazendo a brincadeira ao mesmo tempo. Nas rodas, as crianças deverão estar de mãos dadas e com o corpo virado para fora e de mãos dadas, deverão virarem-se para dentro da roda. Diga que esta é a charada do monstro. Ao sinal do estagiário, cada roda deverá se voltar para dentro, sem quebrar a corrente, sem largar as mãos umas das outras.
Estimule que os grupos “quebrem a cabeça” para resolver a charada e dê dicas que só conseguirão se permanecerem unidos. Espere para ver se algum grupo conseguiu descobrir sozinho e deixe que falem como conseguiram “decifrar” a charada.
(**) O segredo da brincadeira é que uma criança, sem largar a mão da outra, deverá entrar de costas e passar por baixo das mãos da criança da frente, todos deverão acompanhar essa atitude até que a roda se desfaça ao contrário.

2º ENCONTRO - Relembrando a história através de brincadeiras
Atividade 1: Caixa de lixo individual e coletiva
Baseado nas anotações feitas sobre o desmatamento, da aula anterior, organize com as crianças um texto que possa ser utilizado num teatro. Antes brinque do “Jogo do Lembra” da história contada, dos Super Amigos. Trabalhe com as crianças soluções para os problemas do desmatamento e do dia a dia (como não jogar lixo no chão, regar as plantas). Sugestões:
• Façam figurinos, máscaras; procurem músicas sobre os temas. Convide os professores e alunos para assistir a apresentação da peça.
• Incentive também para que cada criança construa sua própria caixa de lixo com material descartável (caixa de leite, garrafa peti, etc) e no final façam uma grande caixa de reciclados coletiva para toda a turma.

Atividade 2: “Bento, Bento o frade, frade”...
Estimule as crianças a realizarem catação de material reciclado, dentro da escola, papel de bala, madeiras, rótulo de garrafas, palito de fósforo e picolé. Para que essa catação se torne animada, brincar de:

Bento, Bento o frade, frade.
Na boca do forno, forno.
Tudo o que seu mestre mandar.
Faremos todos, e se não fizer?
Levaremos bolo.


Atividade 3: "A árvore tombou para a direita, tombou para a esquerda, a árvore caiu”
Faça um círculo com as crianças e fique no centro do círculo. Em seguida faça um quadrado para colocar as crianças que não acertarem o lado (esquerda e direita) da brincadeira. Fale em voz alta: "A árvore tombou para a direita, tombou para a esquerda, a árvore caiu”. Quem errar vai para o quadrado. A brincadeira continua até a última criança acertar.

Atividade 4: Adoletá
A brincadeira musical “Adoletá” exercita noções de espaço e lateralidade (direita e esquerda). Cante a música junto com as crianças.

Adoletá
Lepeti, Peti Polá
Lê café com chocolá
Adoletá
Puxa o rabo do tatu
Quem saiu foi tu
Puxa o rabo da cadeira
Quem saiu foi ela
1,2,3,4,...

(***) Bate a mão direita com a direita do companheiro à sua frente e a esquerda com a esquerda.

Atividade 5: Macaco assustado
Você precisará de uma bola. Todas as crianças formam um grande círculo mantendo um bom espaço entre si. Uma delas recebe a bola. Ao sinal (apito ou assobio) do estagiário, a brincadeira inicia com a bola sendo passada de mão em mão por todos, o mais depressa possível. Ao sinal de um segundo apito a bola será passada na direção contrária. Os sinais são dados em intervalos irregulares, ora demorados, ora rápidos, para estimular a atenção dos jogadores. Quem não obedecer prontamente ao sinal do apito, paga uma prenda e sai da brincadeira. Vence quem ficar por último. Prendas: Imitar um bicho, pular agachado, cantar, etc.

Atividade 6: Floresta pegou fogo.
Organize as crianças em duplas, uma de frente para a outra, com as mãos unidas para cima formando “tocas”. Cada “toca” abrigará uma terceira criança que representará o Saci. Lembre que nesta brincadeira todas as tocas deverão ter um “Saci”. Quando o estagiário falar: “Floresta pegou fogo, Saci saiu da toca”, todos os Sacis deverão trocar de lugar (“tocas”). Neste momento o estagiário ocupará uma das tocas e a criança que sobrar coordenará a brincadeira repetindo as palavras “Floresta pegou fogo, Sacinho saiu da toca” e correrá para achar outra toca para si.

(****) Outra variação é o estagiário dá o comando: A “floresta pegou fogo e a toca caiu” – as duplas que formam as “tocas” se separam e correm atrás de um par para fazer uma nova “toca” para o Saci que deverá, nesta brincadeira ficar parado. Neste momento o estagiário correrá atrás de um par para formar uma da nova “toca”. Quem sobrar coordenará a brincadeira repetindo as palavras “Floresta pegou fogo, e a toca caiu” e correrá para achar um par e formar nova toca.

3º ENCONTRO - Atividade com dobraduras/ pinturas e papeis

Atividade 1: Dobraduras
O estagiário de cultura deverá dividir a turma em três grupos, cada grupo deverá dispor de um pedaço de papel pardo para fazer um mural onde deverão ser coladas as dobraduras. Ao término das atividades todos deverão expor os seus cartazes e comentar a atividade. Material será enviado por e-mail.

Atividade 2: Floresta Viva, Destruída e Recuperada
Organize as crianças em duplas e peça para que façam dois desenhos, sendo um de cada vez. O primeiro desenho será de uma floresta com muitas árvores, animais e rios. O segundo de uma floresta devastada. Os dois primeiros desenhos serão individuais. Quando todos terminarem comentem o que aconteceu com a floresta viva que se tornou devasatada. Em seguida convide as crianças, para que de forma coletiva montem uma maquete com uma floresta que todos ajudem a restaurar. Podem fazer mais árvores, todo tipo de bicho, de plantas, com rios, montanhas e no final comentem os sentimentos de terem “restaurado” a floresta. Você também poderá pedir que as crianças desenhem arvores de frutas que elas gostam, que tragam sementes destas frutas.

Atividade 3: Plantando de verdade
Esta atividade o estagiário poderá articular e planejar junto com o monitor de horta ou de meio ambiente. Peça as crianças que tragam sementes / caroços de feijão, milho, frutas. Oriente-as como se plantam as sementes, como se cuida (rega, sol, terra) e quando as sementes brotarem incentive-as para que palntem em algum local da escola ou da sua casa.
Outra sugestão seria fazer o Boneco de alpiste (abaixo como fazer).
Através do lúdico os alunos podem observar o crescimento das plantas. Os bonecos ainda auxiliam no estudo dos seres com vida e sem vida. Feitos de meia calça contém terra e sementes de alpiste dentro. Por fora, os bonecos podem ser enfeitados e caracterizados com olhos, nariz, boca e orelhas criando fisionomias diferentes.As crianças podem acompanhar o crescimento das sementes de alpiste brotando e formando o cabelo do boneco molhando-os diariamente. Assim, percebem a importância da água na vida das plantas, sem água não há vida!
Material Necessário:
• Meia calça usada ou meia sapatilha ;
• Serragem ou terra;
• Alpiste ou painço;
• Material de sua preferência para olhos, boca e nariz. ( botões e lã,cola plástica colorida, );
• Garrafas Pet para a base ou latinha de massa de tomate limpa .
Como fazer:
• Corte uma perna da meia calça;
• Coloque o alpiste ou painço;
• Complete com serragem ou terra;
• Dê um nó e corte o restante da meia;
• Faça a modelagem em forma de bola;
• Monte o boneco;
• Molhe a cabeça do boneco, em alguns dias o alpiste começa a nascer dando origem aos cabelos;
• Use sua imaginação, criando diferentes tipos de bocas, olhos e detalhes;
• Corte o fundo de uma garrafa pet para fazer a base do boneco - assim, ele ficará em pé e ainda evita de molhar ao redor já que a água ali se concentra.É bom deixar água limpa no fundo da base. Todos os dias lave a base e troque a água.

Dica: Pode-se aproveitar e trabalhar produção textual, propondo aos alunos que dêem vida, nome, características próprias e tudo mais que imaginar para o boneco.

Atividade 4: Trava-línguas Realize uma competição de trava línguas com as crianças. Abaixo exemplos de trava-línguas.


O sabiá não sabia.
Que o sábio sabia.
Que o sabiá não sabia assobiar.

O doce perguntou pro doce
Qual é o doce mais doce
Que o doce de batata-doce.
O doce respondeu pro doce
Que o doce mais doce que
O doce de batata-doce
É o doce de doce de batata-doce.


Olha o sapo dentro do saco
O saco com o sapo dentro,
O sapo batendo papo
E o papo soltando o vento.


A aranha arranha a rã.
A rã arranha a aranha.
Nem a aranha arranha a rã.
Nem a rã arranha a aranha.


Larga a tia, largatixa!
Lagartixa, larga a tia!
Só no dia que sua tia
Chamar largatixa
de lagartinha!


O peito do pé de Pedro é preto.
Quem disser que o peito do pé de Pedro é preto,
tem o peito do pé mais preto do que o peito do pé de Pedro.

O rato roeu a roupa do rei do Roma.
Rainha raivosa rasgou o resto.

Um ninho de mafagafos, com cinco mafagafinhos,
quem desmafagafizar os mafagafos, bom desmafagafizador será.
Três tigres tristes para três pratos de trigo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.


O tempo perguntou pro tempo
quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu pro tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem.

Três pratos de trigo para tres tigres tristes!

A babá boba bebeu o leite do bebê.

A rua de paralelepípedo é toda paralelepipedada
.

Atividade 5: Adedonha
Realize a brincadeira da Adedonha com as figuras dos Super Amigos. Escreva os nomes do Saci-Pererê, da Iara, do Curupira, etc. As crianças deverão indicar características de cada personagem. De acordo com a brincadeira ganha aquela criança que conseguir diversificar melhor os personagens. Para sua inspiração abaixo transcrevemos as histórias destes personagens.




Lenda do Saci-Pererê
O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.
Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma.
O comportamento é a marca registrada deste personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal.
Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”.
Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras. A crença neste personagem ainda é muito forte na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através da literatura, da televisão e das histórias em quadrinhos.
Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformando-se em seriado, transmitido nas décadas de 1970-80. O saci também aparece em várias momentos das histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza.
Dia do Saci - Com o objetivo de diminuir a importância da comemoração do Halloween no Brasil, foi criado em caráter nacional, em 2005, o Dia do Saci (31 de outubro). Uma forma de valorizar mais o folclore nacional, diminuíndo a influência do cultura norte-americana em nosso país.

Lenda da Iara: uma lenda de origem indígena
Também conhecida como a “mãe das águas”, Iara é uma personagem do folclore brasileiro. De acordo com a lenda, de origem indígena, Iara é uma sereia (corpo de mulher da cintura para cima e de peixe da cintura para baixo) morena de cabelos negros e olhos castanhos.
A lenda conta que a linda sereia fica nos rios do norte do país, onde costuma viver. Nas pedras das encostas, costuma atrair os homens com seu belo e irresistível canto. As vítimas costumam seguir Iara até o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem voltar acabam ficando loucos em função dos encantamentos da sereia. Neste caso, conta a lenda, somente um ritual realizado por um pajé (chefe religioso indígena, curandeiro) pod
e livrar o homem do feitiço.
Origem da personagem
Contam os índios da região
amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.
Curiosidade:- A palavra Iara é de origem indígena. Yara significa “aquela que mora na água”.

Lenda do Curupira: um dos mais populares personagens do folclore brasileiro
O folclore brasileiro é rico em personagens lendários e o curupira é um dos principais. De acordo com a lenda, contada principalmente no interior do Brasil, o curupira habita as matas brasileiras. De estatura baixa, possui cabelos avermelhados (cor de fogo) e seus pés são voltados para trás.
A função do curupira é proteger as árvores, plantas e animais das florestas. Seus alvos principais são os caçadores, lenhadores e pessoas que destroem as matas de forma predatória.
Para assustar os caçadores e lenhadores, o curupira emite sons e assovios agudos. Outra tática usada é a criação de imagens ilusórias e assustadoras para espantar os "inimigos das florestas". Dificilmente é localizado pelos caçadores, pois seus pés virados para trás servem para despistar os perseguidores, deixando rastros falsos pelas matas. Além disso, sua velocidade é surpreendente, sendo quase impossível um ser humano alcançá-lo numa corrida.
De acordo com a lenda, ele adora descansar nas sombras das mangueiras. Costuma também levar crianças pequenas para morar com ele nas matas. Após encantar as crianças e ensinar os segredos da floresta, devolve os jovens para a família, após sete anos.
Os contadores de lendas dizem que o curupira adora pregar peças naqueles que entram na floresta. Por meio de encantamentos e ilusões, ele deixa o visitante atordoado e perdido, sem saber o caminho de volta. O curupira fica observando e seguindo a pessoa, divertindo-se com o feito.
Não podemos esquecer que as lendas e mitos são estórias criadas pela imaginação das pessoas, principalmente dos que moram em zonas rurais. Fazem parte deste contexto e geralmente carregam explicações e lições de vida. Portanto, não existem comprovações científicas sobre a existência destas figuras folclóricas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

cultura.e.info@gmail.com